Você já se questionou alguma vez sobre o que move a sua vida? Aquilo que dá razão à sua existência?
Quando chegamos muito próximos da morte ou quase perdemos alguém que amamos, costumamos rever os caminhos que estamos percorrendo. E, se acharmos necessário, permitimo-nos a chance de mudar de direção, se ainda der tempo. Sabemos que centenas de pessoas partem deste mundo sem rever o caminho, sem ter uma segunda chance. É fato!
Depois de algumas experiências turbulentas que a vida me trouxe de presente, todas de grandes aprendizados, percebi que existe uma maneira melhor de olhar ao meu redor, acreditando que tudo é um grande milagre, porquanto, para mim, continuar viva é um grande presente de Deus, é sinal de que ganhei mais um bocadinho de tempo.
Então, eu me atrevo a falar que as reflexões em momentos de dor, desespero e incertezas são muito bem-vindas, trazem-nos maturidade para fazer as escolhas certas.
Caro leitor, a pergunta que lhe faço é a seguinte: se, por uma fatalidade, você se descobrisse gravemente doente e fosse informado de que lhe restaria apenas um ano de vida, o que você faria? Quais seriam suas prioridades? Quais seriam os valores que regeriam a sua vida no tempo que ainda lhe restaria?
Certamente, de acordo com essa circunstância ilustrada, de maneira hipotética, acredito que você não estaria preocupado em ter status nas redes sociais, ser famoso, ter milhões de seguidores, inúmeras curtidas, postagens, etc., pois tudo isso seria extremamente supérfluo.
Essa reflexão o assusta? Entretanto, uma infinidade de pessoas hoje troca a felicidade real para viver a felicidade instantânea – ou momentânea –, oferecida pela rede mundial de computadores.
Esta, em si, não é a grande vilã de tudo, afinal ela está a serviço da humanidade, seu uso excessivo é que é prejudicial. Existem centenas de pessoas adoecidas, dependentes, “vivendo de migalhas de prazer” por causa do vício da internet. No mundo virtual, não podemos sentir o verdadeiro calor humano, não vivenciamos a ternura de um beijo e a proteção de um abraço.
Também acredito que você estaria pouco se importando se usa roupa de grife ou não, tênis de marca ou não, se anda de bicicleta ou carrão. Seguramente, acredito, do mesmo modo, que não são essas “coisas materiais” que dariam grande sentido à pouca vida que ainda lhe restaria.
A boa notícia é: oba! Neste momento você está vivo! Eu estou viva! Nós possuímos uma grandiosa chance, podemos descobrir todos os sentidos que validam nossa vivência neste planeta. Podemos semear amor por onde passarmos! Podemos ser mais tolerantes com as pessoas, ter mais paciência com nossos pais, assim como eles tiveram conosco, quando éramos crianças. Com nossos olhos, podemos contemplar as milhares de maravilhas criadas por Deus no planeta – existe abundância de bens criados em benefício do nosso viver. Com os olhos da alma, podemos enxergar toda a beleza do amor e pô-lo em prática. Em vez de brigar, estressar, proferir palavras que ofendem e machucam, podemos respirar fundo e oferecer sorrisos.
Ainda dá tempo de sermos melhores
Que tal praticar o perdão e jogar fora todo o rancor que adoece? O ato de perdoar é libertador e terapêutico, e os melhores beneficiados somos nós mesmos! Podemos fazer dessa passagem terrena uma viagem leve, na qual preferimos “entregar mais flores do que espinhos”.
Podemos ser pais melhores, mais presentes, aproveitar todos os beijos e abraços de nossos filhos e todos os momentos em companhia da nossa família. Aqui faço uma observação: o que caracteriza uma família não é necessariamente o laço sanguíneo, mas os sentimentos grandiosos chamados amor e respeito entre todas as pessoas.
Bom, no meu entendimento, toda hora é hora de fazer diferente! Podemos ser gentis com as pessoas, surpreender quem amamos, ter iniciativas que vão ao encontro da caridade. Para mim, a caridade não é dar apenas um alimento, não é meramente doar dinheiro ou roupas, caridade vai além. Caridade é doar tempo, de todo coração, para acalmar uma pessoa, por exemplo, que está em desespero pois, no momento, o alimento de que ela mais precisa é a palavra certa, aquela que tem como missão devolver a paz e levar a luz para a sua vida.
É bom demais promover o bem ao próximo de maneira espontânea, sem fazer alardes, pois de nada adianta “fazer o bem” com a intenção de, já no minuto seguinte, publicar na internet: “Olhem como ajudo as pessoas.” Se for assim, isso é alimento do ego. Quando minha intenção em ajudar é pura, ela dispensa aplausos, reconhecimento ou qualquer tipo de gratidão ou recompensa. Aí, sim, trata-se de caridade, um sentido maior que impulsiona o viver.
Quer alegria maior do que escutar frases como “você me devolveu a alegria hoje”, “não sabe o quanto suas palavras me trouxeram alívio”.
Essa é uma recompensa que acontece de forma natural e não há dinheiro no mundo que pague a emoção de tornar o dia de alguém mais feliz.
Aliás, a frase que citarei a seguir é uma das mais profundas verdades: “Há coisas na vida para as quais não existe preço, mas valor.”
Bem, o que estou tentando dizer desde o começo é o seguinte: o amor de nossas ações transforma a vida das pessoas e torna este mundo melhor para se viver pois, quando chegar a nossa “senha”, teremos de partir deste mundo mas, precisamos deixar doces lembranças no coração de nossos entes queridos.
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